Vou e volto do trabalho de carro, apesar do ponto de ônibus muito perto de casa e do trabalho, ter que pegar apenas um ônibus, e ter quase certo viajar o tempo todo sentado.
Hoje voltei de ônibus do escritório.
Cheguei às 18h06 no ponto em frente ao Ginasio Poliesportivo. O ônibus 2049 chegou às 18h30 vazio. Foi aí que escutei as primeiras reclamações, de pessoas que estavam no ponto desde 17h30.
Entrei, cumprimentei o motorista, cumprimentei o cobrador, passei a catraca e sentei em um assento apertado.
Confesso que logo fiquei incomodado com uns rapazes escutando funk no celular, mas enfim, respirei fundo e filtrei aquela defecação sonora.
A cada ponto o ônibus ficava mas abarrotado, a ponto de já no ponto seguinte do Paço Municipal, 1/5 talvez do seu trajeto, passar direto em todos os pontos.
Quando alguém pedia para descer, o motorista parava longe do ponto para evitar que as pessoas que esperavam o ônibus tentassem entrar. Solidariamente sofri ao ver as pessoas correndo do ponto para tentar pegar o ônibus, sem a mínima chance. Assisti tristemente seus rostos cansados, marcados pela revolta e desespero ao ter negado seu direito de transporte, sua dignidade de chegar em casa e curtir e cuidar da família, descansar, regojizar o pouco, o mínimo, que este governo facista nos deixa sobrar.
Me ponto é um dos últimos. Me surpreendi como estava cheio ainda, e com a velocidade desempenhada na Estrada Henrique Rosa. Levantei, pedi licença à passageira do lado, puxei a corda e escutei aliviado a campainha de parada solicitada. O ônibus parou, a porta abriu, três passageiros pularam, a porta fechou e o ônibus partiu...
Não consegui descer. Imediatamente puxei a corda de nova, e conferi que tanto a campainha quanto a luz de parada foram acionados. "Tudo bem", pensei, o ônibus passa em uma rotatória e tem um ponto logo depois da rotatória, equidistante da minha casa. "Tudo sob controle..."
Para minha surpresa, o ônibus passou direto no ponto. Acionei novamente a solicitação de parada, e mais um ponto ignorado. O 2049 engolia a rua com velocidade muito acima da permitida, e minhas solicitações absolutamente ignoradas.
Atravessei o corredor e fui até o cobrador. Perguntei o que acontecia que o ônibus não parava. Ele se mostrou surpreso e pediu para eu resolver com o motorista diretamente. Chegamos na Balsa, ponto final, e corri para a frente onde questionei o motorista e ele me disse que "normalmente ninguém para lá". Expliquei o ocorrido e exigi que me levasse de volta.
Então começaram uma série de lamentos e desculpas confusas. Enquanto voltava, começou a se exaltar e dizer que "não tinha medo de nada", que era "profissional" e "trabalho não faltava", que eu podia reclamar com a empresa que ele não estaria nem aí, que se perdesse o emprego ia arrumar outro no dia seguinte.
Minha paciência tem limites. Respeitosamente engrossei o tom e falei para ele parar de falar bobagem, que ele estava sim errado, que veio a viagem toda desrespeitando seus passageiros, e que fosse profissional o suficiente para assumir seu erro.
Entrou novamente na Henrique Rosa, acelerando muito, 60km/h em uma rua de 40km/h. Pedi que reduzisse. É uma rua que tem movimento de crianças até tarde. Reduziu um pouco. Pedi para parar no ponto que queria descer antes, ele parou, eu desci, e ele saiu reclamando.
Cheguei no ponto, na primeira vez, às 20h06. Na segunda vez, 20h16. De carro, gasto entre 20m e 30m, dependendo do trânsito, e o custo financeiro é exatamente o mesmo.
Enfim, cheguei em casa triste e revoltado, pensando nas milhares de pessoas que passar por isto todo dia, que são humilhadas e desrespeitadas por uma administração que rouba 84% de tudo que produzem.
E o motorista do 2049, linha "Balsa via Jd. Tupã" entre 18h e 20h do dia 26 de Agosto de 2013, é um imbecil que se sente no direito de dificultar a vida das pessoas, como tantos outros servidores públicos e "profissionais" que acham que seus cargos lhe dão algum poder e, guiados pela sua má índole, humilham e desrespeitam as pessoas.
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