Um petitico se foi hoje

Costumo dizer que a Natureza consquista sua perfeição na imperfeição. São pequenas e grandes mutações gênicas, sempre buscando evolução. Para que aconteça, dezenas, centenas, milhares, milhões, bilhões de insucessos acontecem. Estes individuos não nascem, nascem inviáves ou pouco viáveis.

E foi assim com este petitico que se foi hoje, um filhote de Pastor Alemão que nasceu um pouco menor que seus irmãos, mas ainda assim dentro do esperado. Tinha uma fome insaciável! Mas não crescia como os outros. No décimo-terceiro dia, todos seus irmãos estavam com os olhos abertos. Ele, somente no décimo-sexto.

Ao saírem da tutela integral da mãe, a diferença de desenvolvimento foi se ampliando, mas não a alegria. Pensem em um cãozinho ativo, alegre, com brilho! Pequeno no tamanho e enorme em sua alma!

Ontem estava bem, alegre e ativo, mas hoje acordou fraco, e eu simplesmente sabia que seria hoje seu último dia.

Então me veio um pensamento que não imaginava que teria. Como é que eu gostaria de morrer?

Pois bem, não gostaria que fosse prolongado via suporte médico, e nem que fosse encurtado. Gostaria de morrer naturalmente. Que tivesse conforto, calor, não gostaria de sentir sede (me dá um mate!), e muita música buena!

E assim fiz! O trouxe para o escritório, coloquei um disco maravilhoso (duo de viola e acordeon - Valdir Verona e Rafael De Boni - tocou o dia inteiro e ainda toca!) , mantive sua boca hidratada, mantive medicação para dor, calor, e carinho toda vez que ele esboçava um gemido.

E não é que o pequeno passou o dia relaxado, dormiu, acordou, levantou, me acompanhou, se esticou todo aos meus carinhos? Até o primo Max ajudou, passou boa parte do dia dormindo ao seu lado!

E assim ele se foi, tranquilo, em paz.


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